quarta-feira, 27 de abril de 2011

Lançamento 2, a Missão


Oi, Pessoas!!

Pois é: tivemos o lançamento. Com chuva, após um dia de enchente, o que, somado a uma inesperada reunião de cúpula na Biblioteca Nacional, impediu o comparecimento de vários amigos. Ainda assim, foi um encontro muito legal, regado a Coca-Cola e vinho tinto e ao som de Bob Dylan. Isso por sugestão do Carlos, o simpático gerente da Livraria da Travessa, que logo no início me perguntou o que devia tocar. Medieval não-gregoriano? Não tinha. Folk? Improvável. Entre jazz moderno e bossa-nova, acabei ficando com o Bob, e não me arrependo. A essa altura ninguém ignora que sou uma hippie fora do tempo.

O pessoal foi chegando aos poucos, alguns apenas dando aquela "passadinha" depois do trabalho ou antes da faculdade. Maya Blannco foi das primeiras a chegar, e, sem cerimônia, pegou seu autógrafo, se aconchegou numa poltrona e começou a devorar o Castelo. Pouco depois apareceram as moçoilas aí acima: Íris Figueiredo, autora de um belo conto em Meu Amor é um Anjo, que em breve sairá pela Draco, e Camila Leite. Íris coordena grupos de leitura e me convidou para participar de uma sessão especial em que leremos... um romance de fantasia. Adivinhem se eu topei. ;)

Também escritores, Willian Nascimento e Josué de Oliveira chegaram um pouco mais tarde, logo depois de minha irmã e minha sobrinha terem vindo com a notícia de que minha mãe não poderia comparecer. O prédio estava sem elevador e toda a Tijuca em estado pós-inundatório, o que atrapalha o trânsito na cidade toda, mas principalmente no próprio bairro. Também meu amigo Thiago Paranhos foi uma ausência sentida, assim como Saint-Clair Stockler, que dava aulas no momento do lançamento. Anny Lucard, porém, estava lá, com uma amiga jornalista que me entrevistou ao mesmo tempo que brigava com a Anny:

- Mas esse livro é de magos? Por que você não disse? Se é de magos eu vou comprar! Eu achei que era de vampiro!


Nesse meio-tempo, outros amigos iam chegando, se apossando de seus exemplares e, em alguns casos, das taças de vinho tinto servidas pelo garçom. Foi o caso de Guilherme, Ana Thomazini e Renata Rodrigues, esta indócil à espera do namorado (que chegou no finzinho) e lamentando a ausência de nossa amiga querida, Vânia Vidal. De lá pra cá, minha filhota Luciana tirava fotos de tudo e de todos, e João e Marina iam anotando os nomes do pessoal que iria concorrer a uma camiseta exclusiva.

Curiosos? Eu chego lá. Mas não sem falar sobre os últimos amigos que apareceram. Diretamente de Petrópolis, quase às sete da noite, eis que surgem esbaforidos a escritora Alícia Azevedo e Henrique Lima, seu marido. Souberam do lançamento à tarde e dirigiram por três horas, à noite, na serra chuvosa e enlameada, apenas para me dar uma força. Se isso não é amizade, eu não sei o que é.


Assim, com ausências sentidas, mas em boa companhia, lançamos oficialmente O Castelo das Águias. Esperamos que todos curtam, ou pelo menos a maioria: apesar das falhas inevitáveis, esse livro foi escrito com dedicação e principalmente com muito amor.

E a camiseta? Bom, assim que cheguei em casa, eu a sorteei. E posso provar que não houve trapaça. Vejam só:



À pessoa contemplada - parabéns! E vocês, que estavam de olho na camiseta, continuem a acompanhar este blog. Logo haverá novas oportunidades para os leitores do Castelo!

Até breve!

ATUALIZAÇÃO: E eis que já surgiu a primeira oportunidade de ganhar um exemplar autografado de O Castelo das Águias. E, melhor ainda, outros nove livros sensacionais de autores brasileiros - tudo ao mesmo tempo agora!! É só participar da promoção idealizada por Ademir Pascale, cujas regras você pode conferir aqui. Boa sorte!!

domingo, 17 de abril de 2011

Enfim... o Lançamento!


Queridos amigos,

É com prazer, orgulho e muito frio na barriga que anuncio o lançamento carioca de O Castelo das Águias. Será no dia 26 de abril, na Livraria da Travessa (Travessa do Ouvidor, 17), das 17 às 19 h.

Naturalmente vou estar presente para receber os amigos e autografar os livros. Haverá marcadores como brinde para todos. Além disso, os presentes poderão deixar seus nomes e endereços de e-mail para concorrer a uma camiseta exclusiva, com a capa do Castelo, que será sorteada no dia seguinte.


Legal, né? Então, programem-se para comparecer ao evento. Espero vocês lá!

Abraços a todos,

Ana

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Rydel e a Filosofia Odravas


Rydel

Como se pode deduzir, Rydel de Bergenan acabou ficando bem mais tempo do que pretendia na Escola de Artes Mágicas, onde se tornou o mestre de Ciências da Terra para o Primeiro Círculo. E foi uma excelente aquisição, pois, embora tão jovial quanto os aprendizes, ninguém no Castelo conhece melhor as águias, a floresta e a natureza em geral.

Rydel é brincalhão e espontâneo, às vezes impulsivo. Quando se trata de defender a natureza ou seus amigos, não mede consequências. Uma de suas características mais marcantes é a simplicidade – nos modos, nos trajes, na fala e em tudo o mais. Esse é um traço comum aos seguidores da filosofia de Odravas, um Mago da Alma que, 300 anos atrás, preconizava o abandono das cidades e o retorno a uma vida frugal.

Da terra, junto à terra...

Membro da antiga Casa Ametista, Odravas estudou Magia com mestres da Escola de Riverast, à qual, no entanto, nunca esteve diretamente ligado. Segundo seus biógrafos, o interesse por uma vida mais simples começou a partir do seu contato com a tribo élfica que habitava a Floresta do Sol, cujo modo de vida estava mudando sob a influência dos elfos brilhantes. Para Odravas, o inverso teria sido melhor, pois, como afirmou, não há nada mais benéfico para o corpo e o espírito do que viver da terra, junto à terra e com os filhos da terra.

Em pouco tempo, ele reuniu um grande grupo de simpatizantes dispostos a seguir seus preceitos, que incluem usar roupas de tecido simples, não comer carne, não acumular riqueza ou objetos, trabalhar pelo bem comum.

Nos últimos anos de vida de Odravas, alguns de seus discípulos começaram a fundar pequenos povoados onde viviam em comunidade, cultivando hortas e criando carneiros ou cabras. A maioria ficou nas Terras Férteis, mas alguns decidiram levar a sério a ideia de “viver com os filhos da terra” e foram se estabelecer junto a tribos de caçadores, no Norte de Athelgard.

Desses povoados, o maior é Bryke, cujos habitantes, cientistas e letrados na maioria, se entenderam muito bem com seus vizinhos da Floresta dos Teixos. Foi lá que uma menina da Casa do Lobo se tornou uma Mestra de Sagas.

E nos contou sua primeira aventura no Castelo das Águias.

Rydel é retratado aqui no traço de Marina Vasconcelos.

domingo, 10 de abril de 2011

Temporada das Flores (parte 2)

- Mestre Camdell. – Gurion acenou, vendo que o mago já saíra de sua concentração. Camdell retribuiu seu gesto e se pôs de pé, esperando que o intendente se aproximasse o bastante para falarem. Por discrição, o desconhecido retardou o passo, mas sorriu para ele, franzindo o rosto de traços finos e pele queimada de sol.

- Que bom tê-lo encontrado, mestre – disse Gurion. – Este jovem acaba de chegar à sua procura. Ele diz que tem uma carta para o senhor, da parte de Mestra Nya, da Escola de Ciências da Terra em Bergenan. Se não me engano, é alguém para quem Mestre Theoddor costumava escrever.

- É, sim. Por favor, aproxime-se... jovem? – disse Camdell, deixando que a última palavra soasse como uma pergunta.

- Eu diria que este senhor se enganou – sorriu o forasteiro. – Na verdade, fui companheiro de Theoddor na Escola de Ciências da Terra. Há cerca de quarenta anos.

- Mesmo? Oh. Bem, nesse caso peço desculpas – disse o intendente, ruborizado. – É difícil dizer qual a idade de um elfo. Mas se me permite a franqueza... Suas maneiras, suas roupas, enfim, tudo leva a crer que ainda é bem jovem, senhor. Adulto, mas jovem, como os aprendizes que concluem seus estudos conosco.

- Vou tomar isso como um elogio – disse o recém-chegado. O mago sorriu, gostando do seu jeito brincalhão, do despojamento de sua túnica de linho cru e das velhas sandálias. Uma pulseira de fio torcido era o único adorno, e no ombro ele trazia uma bolsa de cânhamo, da qual, depois de muito vasculhar, tirou uma carta que estendeu para Camdell.

- Mestra Nya lhe envia seus cumprimentos e pesar pela morte de Theoddor, e creio que fala também a meu respeito – disse. – Mas permita que eu me adiante. Meu nome é Rydel, estudioso de Ciências da Terra, principalmente de pássaros. Vivi os últimos anos numa aldeia próxima à Floresta do Sol, e agora estou indo para o País do Norte a fim de conhecer as comunidades de Korbyen e Bryke. Comunidades Odravas, como sabe.

- Sim. Viver da terra, junto à terra e com os filhos da terra – Camdell recitou o preceito que resumia a doutrina. – Eu conheci muitos seguidores do sábio Odravas. Tenho inclusive uma grande amiga que vive em Bryke, e suas cartas me deixam curioso a respeito da aldeia.

- Também quero conhecê-la, Mestre Camdell. Mas antes de partir – porque, provavelmente, vou demorar a retornar às Terras Férteis – vim lhe pedir um favor, o qual, tenho certeza, Theoddor não recusaria. É a respeito das águias – revelou o elfo. – As águias mais lindas de Athelgard, que só existem nesta floresta. Eu gostaria de observá-las ao longo de duas estações.

- As águias douradas – disse o mago.

Rydel assentiu, com ar esperançoso, e ficou em silêncio. Também Camdell, apesar de tudo que vira e sentira momentos atrás; de alguma forma, ainda precisava de um sinal. No entanto, quando pensava em convidar o visitante a se hospedar por aquela noite – na qual, a sós, refletiria sobre o seu pedido - das flores que cresciam junto à laje voou uma borboleta, de asas coloridas com todos os matizes da estação. Ela esvoaçou em torno da cabeça de Rydel, beijando-lhe os cabelos, e voou levando consigo todas as dúvidas do mago.

Theoddor concedera a sua bênção.

- Seja bem vindo entre nós. – Camdell ergueu a mão, sentindo a pressão suave da palma do forasteiro. – Gurion, aqui presente, fará o favor de lhe arranjar aposentos na ala de hóspedes. Pode ficar o tempo que quiser.

- Muito obrigado. Na verdade era o que esperava – confessou Rydel. – Talvez duas estações não sejam suficientes... Mas, veja, não quero ser um fardo – acrescentou, com ênfase. – Ao contrário, pretendo retribuir sua hospitalidade. Deve haver algo no castelo que eu possa fazer, cuidar de um pomar de árvores... de uma horta...

- Acharemos, certamente, um trabalho adequado – disse Camdell. – Por agora, talvez possa nos dizer algo sobre estas flores. Tenho vindo a esta colina, em todas as estações, nos últimos sete anos, mas não me lembro de ter visto nada assim.

- Estas aqui? – Rydel se agachou, observando-as com interesse. - É curioso, já vi flores bem parecidas, mas com estas cores nunca. Logo mais, se me permitir, trarei ferramentas e um cesto e levarei algumas, com as raízes, para fazer um exame.

- Use o gabinete de Theoddor. Está como ele deixou – ofereceu Camdell. Gurion ergueu a cabeça, com vivacidade, olhando para um e para outro até compreender. Então, com um leve suspiro, aquiesceu, tentando se manter firme sob o manto de luto e tristeza por seu mestre.

- Vou levar o Senhor Rydel a seus aposentos – disse. – O senhor vai ficar? O Irmão Dougan estava à sua procura.

- Sei o que ele vai dizer – replicou o mago. – E também o que você pode fazer. Procure quem trabalhe com números aqui em Vrindavahn - comerciantes, quem sabe - e diga que procuramos um novo professor. Um que não pense que ofendemos a seu Deus com nossas práticas.

- Muito bem. Mas, Mestre Camdell... é só para a Matemática? Não precisamos de nada mais?

Dizendo isso, o intendente olhava para Rydel, ainda ajoelhado em meio às flores que pareciam intrigá-lo. Ao seu redor flutuava uma aura límpida, azul e rosada como aquelas pétalas, as bordas irradiando os raios vermelhos da energia e do entusiasmo. Havia tanto a ser descoberto no Castelo das Águias! E tanto a partilhar!

- Não, Gurion – disse Camdell, sorrindo. – Por duas estações, talvez mais... já conseguimos tudo que nos faltava.

Leia a Parte 1

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Temporada das Flores (parte 1)

Finalmente, nosso primeiro conto, apresentando mais um personagem de O Castelo das Águias. Espero que curtam lê-lo tanto quanto eu gostei de o escrever.

- Se Theoddor estivesse aqui, poderia me falar sobre vocês – disse Camdell, dirigindo-se às flores. De corolas firmes, com pétalas azuis rajadas de um rosa vivo, elas se espalhavam pela colina, concentrando-se sobretudo em torno da laje que marcava o túmulo de seu amigo. Era como se soubessem o quanto ele as teria apreciado.

Theoddor de Vrindavahn fora o último senhor do Castelo das Águias. Ao nascer, já não era nobre – os títulos de nobreza tinham sido extinguidos nas Terras Férteis há várias gerações – mas herdara uma fortuna considerável, que lhe teria permitido uma vida tão despreocupada quanto as de seus ancestrais. Em vez disso ele se dedicou aos estudos, com a firme intenção de ingressar na Escola de Magia de Riverast. Inútil esforço: além do sangue inteiramente humano, que por si só diminuía suas chances, Theoddor nascera sem o Dom. Foi essa a alegação dos mestres ao recusar-lhe a entrada.

Em meio a tantas rejeições, uma única voz se levantara a seu favor: a de Camdell, um mago com três quartos de sangue élfico, já então tido na Escola como excêntrico por discordar das limitações impostas ao aprendizado. Os dois partiram de Riverast na mesma época, um para estudar Ciências da Terra e o outro para a Escola Bárdica em Kalket, e em três décadas não se passou um ano em que não trocassem pelo menos uma carta. E como, embora separados, suas idéias se aproximassem cada vez mais, Theoddor convidou o amigo a viver no Castelo das Águias, onde fundaram e se dedicaram durante sete anos à sua idealizada Escola de Artes Mágicas.

Agora, finalmente, ela era mais do que apenas um sonho. Mas Theoddor já não estava ali para ver.

Camdell pousou um joelho no chão e encostou a palma da mão à laje. Sob o sol de primavera, ela estava aquecida, o que também teria agradado a Theoddor. Ele amava o calor, a claridade, as cores vivas que a Natureza só exibia nas estações mais quentes. Era quando fazia a maior parte de suas descobertas, plantas e insetos até então desconhecidos que coletava, com todo cuidado, para estudar em seu laboratório. Quando chegava a uma conclusão, partilhava-a, cheio de entusiasmo, não só com sábios como ele mas também com os mestres, aprendizes e até empregados da Escola, por mais humildes que fossem. Era um homem decidido e generoso, e sua ausência fora lamentada ao longo de todo aquele inverno. Agora, porém, chegara a primavera, e a Natureza vestira as colinas de flores – o que, para Camdell, era um sinal de que o tempo do luto devia ser deixado para trás.

Era preciso despertar da letargia e encarar seus problemas. Felizmente não havia nenhum relativo à posse do Castelo – anos atrás, Theoddor fizera dele o seu herdeiro, e o documento não podia ser contestado – mas alguns empregados tinham decidido partir, e o mesmo ameaçava fazer o Irmão Dougan, o mestre de Matemática que haviam contratado através do Templo. Não fora boa ideia convidar um homem tão devoto para trabalhar numa Escola de Magia. Além disso, havia a questão das Ciências da Terra, que sempre tinham estado a cargo de Theoddor e que nenhum dos outros conhecia o bastante para ensinar. Camdell já poderia ter feito algo a respeito, procurando algum estudioso da Natureza ali mesmo em Vrindavahn ou, melhor ainda, escrevendo aos antigos colegas de Theoddor e pedindo que recomendassem um substituto. Várias pessoas, na Escola, tinham sugerido isso. No entanto, o assunto parecia sempre fugir de sua memória, como se, tendo vida própria, insistisse em ser deixado para mais tarde. Para quando a solução pudesse fluir naturalmente e em harmonia.

Talvez as flores também quisessem dizer algo a esse respeito.

Camdell fechou os olhos por alguns instantes, depois voltou a abri-los, fixando-os na flor cujas pétalas lhe pareceram ter a cor mais viva. Durante um longo tempo ele ficou assim, imóvel e concentrado, a mente vazia se tornando o receptáculo ideal para as visões. No início eram imagens sem sentido, formas e cores fugazes que, no entanto, foram pouco a pouco se agrupando como num mosaico. Sem esforço, sem resistência, o mago permitiu que sua mente viajasse ao longo daquele padrão, que o percorresse e esquadrinhasse até ser capaz de compreendê-lo.

Então, as coisas se tornaram repentinamente muito claras. Com um sobressalto, ele regressou de sua jornada, os olhos piscando, acostumando-se de novo ao sol enquanto buscavam o sopé da colina.

E lá, iniciando a subida, estava Gurion, o fidelíssimo intendente do Castelo, seguido por um forasteiro de cabelos dourados.

Parte 2

domingo, 3 de abril de 2011

Camdell de Riverast e a Escola de Artes Mágicas


O Mentor da Escola de Artes Mágicas provém de uma ilustre família élfica pelo lado materno. Sua mãe era perita em Artes da Cura. O pai, meio-humano, se destacou como o principal magistrado ligado ao governo de Riverast.

Camdell manifestou o Dom da Magia na adolescência. Ao longo de décadas, foi galgando posições cada vez mais elevadas, ao mesmo tempo que se tornava um dos mestres da Escola de Magia de Riverast. Isso não o impediu de defender posições polêmicas, inclusive aquela que determinou seu afastamento da Escola: a afirmação de que pessoas nascidas sem o Dom da Magia poderiam desenvolvê-lo, desde que usassem um método apropriado.

A criação desse método levou Camdell, primeiro às Escolas Bárdicas de Kalket, onde conheceu pessoas como Maryan e Lara; depois às comunidades de artistas de Madrath; mais tarde, ainda, às estradas, onde conviveu com músicos, atores e saltimbancos. Por fim, concluiu que a disciplina e a concentração usadas por esses artistas podia ser o ponto de partida para despertar as habilidades mágicas.

De volta a Riverast, Camdell encontrou pouco respaldo para suas idéias. No entanto, elas entusiasmaram um amigo de longa data: Theoddor, mestre de Ciências da Terra e descendente da antiga nobreza de Vrindavahn, uma cidade fundada pelos homens à beira do mar interior.

Assim, o Castelo das Águias, propriedade de Theoddor, passou a sediar a Escola de Artes Mágicas idealizada por Camdell. Seus primeiros mestres, além dos fundadores, foram três amigos dispostos a fazer uma experiência: Finn e Sophia de Riverast e Thalia de Erchedel. Outros mestres se juntaram a eles ao longo dos anos, e a Escola foi crescendo e ganhando prestígio à medida que o método se provou um sucesso.

Camdell é uma pessoa gentil e conciliadora, que procura fazer com que todos se sintam bem. Votos e iniciações feitas ao longo da vida restringem qualquer ação que envolva violência ou mesmo disputas. É também distraído e muito sensível. Extremamente ligado a seus amigos, a morte de Theoddor lhe causou um baque profundo, mas Camdell conseguiu superá-lo, aceitando que a vida se transforma e se renova como as estações.

Depois disso, um novo mestre passou a integrar a comunidade do Castelo. E vamos conhecê-lo da melhor maneira: em um conto inédito!

Aguardem o próximo post!

Camdell é retratado aqui no traço de Marina Vasconcelos.