sexta-feira, 1 de maio de 2015

Anna e Kieran: Amor à Primeira Vista? Leia as Prequels!


Uma das observações mais frequentes dos leitores de "O Castelo das Águias" -- mesmo aqueles que gostaram do livro e dos personagens -- é que o romance entre Anna e Kieran aconteceu muito rápido. Esta semana, foram duas leitoras tocando no ponto (uma por e-mail e outra inbox), e ontem à noite a mesma crítica foi feita pela amiga escritora Kássia Monteiro. Um detalhe: todas três disseram ter adorado o livro, e não apontaram mais nada que as houvesse incomodado.

Diante disso, fiquei com vontade de falar a respeito, não para "dar explicações", mas para, quem sabe, motivar tanto essas três quanto os demais leitores a conhecer as histórias que estão por trás desse "romance estilo The Flash" (segundo as palavras da Kássia). Deixo claro que ninguém, ao ler o livro "O Castelo das Águias", tem obrigação de adivinhar os fatos mencionados em contos deste blog e muito menos os que são claros apenas para mim enquanto escrevo; a quantidade de pessoas que acharam o romance um pouco apressado me faz pensar que essa foi uma falha na estrutura do livro, embora também tenha havido muita gente que achou a atração entre eles perfeitamente natural (coisas do amor à primeira vista, ainda mais vindo da parte da Anna, que tem apenas 19 anos) e que entendeu o fato de terem se comprometido tão rápido como algo normal dentro da sociedade em que eles vivem.

Seja como for, quem de fato leu o livro deve se lembrar do seguinte diálogo, na página 120:

-- Mas nós... nós mal acabamos de nos conhecer! -- repliquei, ainda sem acreditar. -- Não sabemos quase nada um sobre o outro!

-- Sei muito a seu respeito -- replicou o mago. -- Sei que foi por você que eu procurei a vida toda. E sei o que você sente por mim. Então, por que esperar?

Embora eu tenha deixado claro, no livro, que Kieran fez muitas perguntas sobre Anna, e que ela o via frequentemente por perto -- sem contar o fato de que nessa época ele talvez bisbilhotasse os pensamentos dela de vez em quando, como dá a entender em "A Ilha dos Ossos" -- a fala do mago não se refere apenas ao que ele soube e observou durante a estada dela no Castelo das Águias. Isso vem de bem mais longe, o que se explicita através de dois contos publicados aqui no blog. São prequels, em terceira pessoa, com o ponto de vista de Kieran, e lançam uma luz sobre as palavras de seu amigo de infância, Doron, na página 136 de "O Castelo das Águias":

-- Gosto dele como de um irmão. E fico feliz por ele finalmente haver encontrado alguém, como queria desde garoto.

-- Verdade? Há tanto tempo assim?

-- Ah, sim, uns vinte anos.

Para quem ficou interessado, a primeira prequel a que me refiro é "Promessas da Lua", e as postagens têm início aqui. Esse conto também dá acesso ao cenário em que Kieran passou a infância e a adolescência, trazendo personagens como sua irmã, Seril, e seu rival de juventude, Declan, que reaparecerão em "A Fonte Âmbar", terceiro livro da série, previsto para ser publicado em 2016. Para quem acompanha, acho que vale a pena ler.

Um outro conto, mais curto, que mostra ainda mais claramente o laço preexistente entre Kieran e Anna, é A Trilha dos Sonhos. Nele, já estabelecido como um dos mestres do Castelo, Kieran tem acesso à correspondência enviada por Anna para o Mentor Camdell, e isso desperta nele algumas visões e sensações, prontamente identificadas pelo Finn (eleito pelos leitores o personagem mais sonso da série, mais até do que o Urien), mas que o "Carrasco" se recusa a admitir:

-- O mundo está cheio de morenas de tranças. Devo ir atrás de cada uma delas?

Sabemos atrás de qual ele foi e no que isso resultou, embora o romance tenha parecido abrupto para alguns leitores de "O Castelo das Águias". É por isso -- não como justificativa, mas, talvez, como compensação -- que os convido a se aprofundarem um pouco mais neste universo, assim como convido a todos vocês.

Espero que gostem e voltem sempre! :)

9 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Ana, eu achei o romance deles na medida certa, em todo o livro. Me pareceu uma relação natural, talvez até de "pessoas" que admiraram a força e simplicidade um no outro. Ainda não li "A ilha dos ossos", mas em "O Castelo das Águias" me pareceu uma escolha sua, como autora, de não escrever um livro sobre o romance deles, e isso ser construído de acordo com as escolhas que eles fazem e as reciprocidades, um carinho que se desenvolve com admiração, muito mais do que paixão.

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    1. Obrigada por compartilhar seu ponto de vista! Como você, muitos leitores entenderam dessa forma, porém para alguns as coisas pareceram rápidas demais e até forçadas. A história prévia de Kieran mostra que ele já sabia da chegada de Anna e tinha muita esperança de que ela fosse a pessoa que ele queria, mas os leitores não tinham como saber disso.

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  3. Ana, assim como a Carolina, também vi o relacionamento deles de maneira bem natural. Na época em que eu li o livro não tinha lido os dois contos sobre as visões do Kieran ainda, mas já dava para entender que ele havia esperado por uma mulher como a Anna e que já a conhecia, de certa forma. Eu lembro de ter "viajado" e já ter pensado em algo como um elo de almas, uma conexão ancestral... (ah, posso viajar, né?). Mas não só isso, eu concordo com a Carolina no ponto em que podemos sentir a admiração que eles vão nutrindo um pelo outro ao longo do livro.

    Mas, para além disso, achei coerente com o contexto da ambientação e da história que eles se casassem, por exemplo.Os próprios personagens combinam com isso - o Kieran nos passa uma impressão de ser uma pessoa que, quando quer alguma coisa, vai direto ao ponto. E a Anna é uma pessoa que não teme o novo, né? Se a gente for pensar naquele costume de o casamento, inicialmente, ter um "prazo" de um ano e um dia para "dar certo", faz mais sentido ainda. É aquilo: a gente se gosta, queremos estar juntos. Vamos tentar? Vamos, com certeza. Eu não senti que foi rápido, apenas senti que eles encararam isso como algo descomplicado.




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    1. Fico muito feliz quando alguém não apenas diz ter gostado da história, mas também coloca as coisas explicadinhas desse jeito, Astreya! De fato, o Kieran é objetivo, e mais: ele não é um jovem inexperiente como a Anna. É um homem de 30 e poucos anos, bem-resolvido (nesse ponto, pelo menos) e que não tem tempo a perder. O engraçado é que se em vez de ele pedir a Anna em casamento houvesse rolado apenas eles ficarem juntos e começarem a passar as noites juntos, nos aposentos de um ou de outro, ninguém acharia isso apressado. Mas pra mim, tecnicamente, isso seria o mesmo que casar, ainda mais com um prazo de experiência. Enfim, como disse, não quero justificar o que escrevi, mas fico feliz por saber que muita gente viajou comigo na mesma maionese. ;)

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  4. Eu nunca achei o romance dos dois muito rápido. O livro inteiro possui um ritmo que acarreta o romance de uma forma que soa natural e perfeitamente aceitável. Gosto da forma como tudo se desenrolou.

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  5. Olha, preciso dizer: Esse foi um dos pontos que adorei no livro. Da rapidez e da sinceridade sem joguinhos e tal. Diante de toda a obra, acho que foi rápido na medida certa. Obviamente, cada leitor tem suas expectativas, mas eu fiquei feliz com o que li. Beijos e parabéns novamente.

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    1. Que ótimo saber disso, Camila! É verdade, algumas pessoas acharam rápido e disseram que havia poucas cenas românticas entre o casal, mas outras viram o relacionamento pelo mesmo viés que eu e curtiram. Fico feliz por você ser uma delas, mas, claro, vive la diversité! :)

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