terça-feira, 16 de janeiro de 2018

Mais um Trecho de "O Escudo da Coragem"

Pessoas Queridas,

Eu gostaria de dizer que o livro está mais adiantado do que previa o cronograma, mas, infelizmente, não é bem assim. Ainda estou com algumas dúvidas no andamento da trama e várias coisas na cabeça. Aos poucos, entretanto, o nó vai se desfazendo -- e, já que eu me propus a compartilhar alguns trechos, aqui vai um bem emblemático.



Vesgo passou a toda por cima do poço e voou, decidido, em direção à cortina de cipós. Atravessou-a tão rápido que Orlando nem teve tempo de se assustar, pensando que ele podia errar a mira e se esborrachar contra a parede de pedra.
-- Olhe, Grobs! O falcão voltou! – exclamou a voz estridente.
-- É o meu falcão – Orlando falou alto e avançou com a espada em punho.
-- Ah, então ele foi chamar você! Eu falei, não falei, Burni? Eu disse que esse falcão tinha cara de esperto! – afirmou o outro, animado. Agora o menino estava perto o bastante para vê-lo, deitado de lado na caverna, com a cabeça perto da abertura. Era um homem grandalhão e muito feio, com um nariz que parecia um nabo e um queixo enorme. Seu companheiro estava ao lado, um sujeito baixinho, louro, de barba comprida. Os dois estavam amarrados com cipós, que se enroscavam em torno deles desde o pescoço até os pés. Parecia bem incômodo.
-- Olá, rapaz. É um prazer vê-lo aqui, como pode imaginar – disse o baixinho, com uma careta. – Se puder nos soltar, ficaremos eternamente gratos.
-- Mas seja rápido, por favor – pediu o outro, que tinha Vesgo empoleirado no ombro. – Antes que anoiteça e eles voltem.
-- Eles, quem? – perguntou Orlando. – Por que estão amarrados desse jeito?
-- Porque estamos em viagem, paramos aqui para passar a noite e um casal de trolls apareceu enquanto dormíamos – resmungou o baixinho. – Bateram na cabeça do Grobs, e ele apagou na hora. Aí, caíram em cima de mim, e não consegui me livrar deles. Felizmente estavam de barriga cheia, mas isso só adiou as coisas: eles saíram de madrugada, dizendo que iam buscar amigos e estariam de volta para o jantar. E adivinhe o que vão servir.
-- Posso imaginar. – Orlando sentiu um frio na espinha.
-- Mas isso se você não ajudar a gente – disse o grandão. – Você vai, não é? Por favor! Nós tentamos nos soltar, sair daqui nem que fosse rastejando, mas estamos feito duas salsichas, amarrados de cima a baixo. E não apareceu mais ninguém, o dia todo!
-- Pois é. Que sorte o seu falcão ter vindo, e você atrás dele – disse o menor. – Agora é só usar essa espada e zás! Você nos solta fácil, fácil!
-- Sim, mas... mas acontece que esta é uma espada de treino – confessou o garoto. – Não está afiada, não posso usá-la nos cipós. Mas fiquem calmos! – acrescentou, vendo a aflição nos olhos dos dois. – Esperem só um pouco, eu vou correr até onde está meu irmão, e ele...
-- Não vai dar tempo! O sol já vai se pôr! – exclamou o baixinho, nervoso. – Assim que escurecer, os trolls vão sair de onde quer que estejam e voltar para nos pegar. Escute, se sua espada não corta, veja se encontra o meu machado. Acho que eles não o levaram, como fizeram com a espada de Grobs. Depressa, antes que eles voltem com os convidados!

*****

Como viram, Orlando e Vesgo estão ajudando pessoas em apuros... e, ao que tudo indica, prestes a se meter em outros ainda maiores! Onde vocês acham que isso vai dar?
Leiam e, se possível, comentem, quero muito saber como estou me saindo! 

quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

Autores da Editora Draco em Eventos nos dias 13 e 14 de Janeiro



Pessoas Queridas,

O ano de eventos começa bem, com minha participação na Rio Comics, aqui no Rio, e do Eduardo Kasse no Anime Guarulhos - Férias.

No evento carioca vou estar acompanhada por Cristina Pezel e João Paulo Silveira, ambos com seus livros de LitFan. Terei à venda minhas coletâneas Magos, Medieval e Excalibur, os livros da série Athelgard e, ainda, adesivos muito legais da Marina Vasconcelos.

Saibam mais sobre o Rio Comics e o Anime Guarulhos - Férias clicando aqui.

Esperamos vocês!

terça-feira, 2 de janeiro de 2018

Ano Novo, Projeto Retomado

Pessoas Queridas,
O ano se inicia e com ele eu retomo o meu projeto de mais um infantojuvenil.
Trata-se de um livro protagonizado por Orlando de Leighdale, que já apareceu no finzinho de A Ilha dos Ossos. Aqui ele volta com doze anos -- a mesma idade que Anna tinha em Anna e a Trilha Secreta  -- e, prestes a viajar para o Castelo das Águias, vive uma grande aventura à maneira dos contos arturianos, acompanhado por um falcão vesgo e por companheiros ainda mais inusitados. 

Vesgo, o falcão de Orlando. Dizem que ele nunca aprenderá a caçar...

Vou deixar aqui um trecho do primeiro capítulo, e ao longo do processo de escrita pretendo compartilhar outros. Queria muito que aqueles que lessem comentassem o que acharam do meu jeito de escrever, se ficaram instigados a saber o que acontece... enfim, aquilo que sentirem e perceberem com a leitura. Isso vai me ajudar muito, acreditem.
Vamos lá?

O mensageiro removeu o manto esvoaçante e se aproximou da mesa central. Tinha a postura de um homem de armas, o peito estufado, mas se curvou sem arrogância diante do casal de nobres. Sua voz, quando falou, era suave, embora meio rouca, lembrando um pouco o som do vento ao passar entre os galhos de uma árvore.
-- Saudações, Herrin, Thane de Leighdale! Saudações, nobre dama! O meu senhor envia seus respeitos, e eu, seu mensageiro, agradeço por terem me recebido. Que a sua bondade e hospitalidade sejam cantadas por todos os bardos do País do Norte!
-- Seja bem-vindo, estrangeiro. – O Thane ergueu sua taça, olhando-o com atenção. – De onde vem e que notícias nos traz de lá?
-- Nobre senhor, venho das Colinas Negras, junto à Floresta dos Carvalhos, onde Turnedil, o Equânime, tem seu castelo. Ele é um antigo aliado do senhor de Valence – esclareceu, e Orlando viu um brilho de entendimento nos olhos de seu pai. Jamais ouvira falar de Turnedil, mas tudo estaria explicado se ele fosse um dos vassalos de Arton, o Thane de Valence, velho conhecido de Herrin de Leighdale. As relações entre ambos andavam estremecidas, mas não eram inimigos. Quanto às Colinas Negras, provavelmente era o nome de alguma localidade obscura, talvez parte dos domínios de Arton, que ele cedera a Turnedil por seus bons serviços. Muitas linhagens nobres começavam assim.
-- O meu senhor me incumbiu de levar esta mensagem a todas as grandes casas do Norte, com as quais deseja manter laços de boa vizinhança – disse o visitante. – Ele as convida a enviar um campeão para participar do nosso Torneio de Outono. Será na próxima lua nova, e o vencedor receberá um prêmio de que poderá se orgulhar por toda a vida: um escudo de verdadeiro aço élfico, leve e a bem dizer indestrutível. O mestre que o forjou lhe deu o nome de Escudo da Coragem – ergueu a voz, como num aviso –, porque é isso que as provas exigirão, mais do que simples força ou destreza. 
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E então, o que acharam? Aguardo comentários... E aproveito para desejar a vocês um ano incrível em todos os sentidos!


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Para conhecer melhor o Orlando, clique aqui