segunda-feira, 1 de julho de 2013

A Voz do Sangue : um vampiro em Athelgard



O e-book já está à venda há algum tempo, mas eu ainda estava devendo um post sobre ele. Então, aqui vai.

A Voz do Sangue é um conto ambientado no Oeste de Athelgard, na cidade de Btandannen. Quem leu O Castelo das Águias deve lembrar que essa cidade é governada pelo Clã Vannovich, do Conselheiro Waclav, sobre o qual correm lendas estarrecedoras.

Para contar a origem de uma delas (será verdade?) recuamos algumas décadas no tempo e acompanhamos a jornada de Maxim Artanoff, membro de uma Ordem que se dedica a combater o Mal e o Demônio, à cidade de Brandannen e ao seu castelo amaldiçoado. É um cenário sombrio, no qual, décadas mais tarde, um dos mestres do Castelo das Águias também irá se encontrar. Mas isso só no próximo livro.

Desta prequel, fica apenas um trechinho para deixar vocês curiosos. :)

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— Lembre-se do que eu disse — murmurou Sandor, quando Maxim entrava na sala. Ivan o seguiu, o coração aos saltos no peito, um nó começando a se formar no estômago ao se deparar com a cena terrível.

Os Vannovich estavam à mesa, sob as flâmulas e escudos de armas que adornavam as paredes. O maior era o escudo da família: um urso erguido sobre as patas traseiras, acompanhado do lema Força e Tenacidade. Embaixo ficava a cadeira de Tadeusz, um homem robusto, de cabelos castanhos e bigodes com as pontas caídas. Mantinha os olhos e a boca sempre apertados, uma expressão que não se alterava desde que, cinco anos antes, a sucessão de mortes violentas de seu tio Vladek e dos primos fizera dele o pan de Brandannen. Sua mulher, filha do senhor de Sinnlann do Oeste, e suas duas irmãs o ladeavam, e depois vinham outros parentes, além de alguns membros destacados na hierarquia dos servidores do castelo. Todos esses, no entanto, pareciam apagados e insignificantes diante do mais velho dos Vannovich, cuja presença bastava para tornar opressivo o ar do salão.

Karel estava sentado à extremidade da mesa, em meio a um punhado de veteranos tão duros e empedernidos quanto ele próprio. Trajado para a guerra, tinha cabelos brancos, presos numa trança que descia pelas costas, e cicatrizes em ambas as faces. Os lábios se franziam, descobrindo dentes longos e reluzentes de saliva. Antecipava sua refeição — que, naquele momento, estava sendo servida por dois de seus camaradas de armas.

— Por Deus! O que ele está... — murmurou Maxim, incrédulo. Sandor o fez calar com um aperto no ombro. Os três continuaram à porta, meio ocultos pela penumbra, enquanto uma fila de pessoas atravessava o salão. Ivan contou treze, homens e mulheres de várias idades, o mais novo um adolescente com uma penugem sobre o lábio. Estavam atemorizados, mas mesmo assim faziam o que lhes tinha sido ordenado, detendo-se, cada um à sua vez, diante de um guarda que segurava uma grande taça de ouro. Um homem de armas desnudava seu braço esquerdo, prendendo-o firmemente pelo pulso e cotovelo enquanto outro, munido de uma faca curva, fazia um fundo corte no antebraço. O sangue escorria, e o braço era apertado e torcido até que uma boa quantidade houvesse sido recolhida na taça. Gritar era proibido, mas quase todos deixavam escapar gemidos que torturavam os ouvidos e o coração de Ivan.

Os Vannovich não pareciam se importar. Sem um olhar sequer para as vítimas, continuavam a se banquetear com as carnes e outras iguarias trazidas pelos servos. Isso durou um bom tempo, até que o último dos treze houvesse dado seu sangue e saído por uma porta lateral. Então, a taça cheia de um líquido viscoso foi levada até Karel, que sorriu antes de pegá-la com as duas mãos.
— Finalmente, posso brindar com a família. Ao Escudo do Urso! — exclamou, erguendo a taça acima da cabeça.

Na mesma hora, todos os comensais o atenderam, erguendo suas próprias taças e brindando com ele. Karel tomou um grande gole e tornou a sorrir, os dentes vermelhos de sangue, os olhos relanceando dos parentes até as pessoas diante da porta.


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Que tal? Abriu o apetite?

Se a resposta é sim, não hesite. Compre pela Amazon clicando aqui. E depois volte para me dizer o que achou. :)

Abraços a todos!


3 comentários:

  1. Oi, Ana!

    O que que achei? Mais um excelente texto de Ana Lúcia Merege, oras!

    beijos,
    Vânia

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  2. Já comprei, já li, já adorei, recomendei, e até um comentário lá na Amazon botei, Ana XD! Ficou muito bom mesmo. ESTOU ANSIOSA PELO SEGUNDO LIVRO, GAAAAH!

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  3. Assim que eu me "entender" com Amazon, Kindle, e-book e etc, comprarei e emitirei minha opinião.

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