domingo, 11 de março de 2018

Concluída a Primeira Versão de "O Escudo da Coragem"




Então, terminei O Escudo da Coragem. Bom, a primeira versão. Tenho um monte de coisas a esse respeito borbulhando na minha cabeça, e muitas eu gostaria de partilhar, a começar sobre como foi complicado desvencilhar esse livro do primeiro infantojuvenil de Athelgard, Anna e a Trilha Secreta. 
      Eu queria algo do mesmo estilo, planejei uma estrutura semelhante, mas depois tive que mudar algumas coisas à medida que a história crescia na minha cabeça e soluções iam aparecendo para cada impasse. Ajudou muito ter finalmente percebido que a história do Orlando não é, como a da Anna, uma jornada xamânica, está mais para um conto de cavalaria que, no fundo, segue a boa e velha jornada do herói. O simbolismo dos animais persiste, principalmente o do falcão, mas as qualidades relacionadas a eles não são tão evidentes em O Escudo da Coragem
      Por outro lado, Orlando é menino, e a questão da sororidade, que é forte no livro da Anna, não aparece neste. Em vez disso, o que aparece é a ideia de que ele pode provar seu valor de forma gentil, mostrando empatia, recusando-se a matar, tentando conciliar antes de chegar às vias de fato. Anna empreendeu sua viagem sozinha, enquanto Orlando é o tempo todo um menino entre homens -- e um menino sensível, diferente dos demais e, aos olhos de todos, menos importante que seu irmão, aquele que irá herdar o título e as terras do pai. 
      A forma como ele encara as provas e obstáculos, os vínculos que possui com sua família e seu falcão e, especialmente, aqueles que constrói com as pessoas que conhece nas Colinas Negras foram se revelando para mim à medida que eu escrevia, muito mais do que no caso da Anna, já que ela é uma personagem com a qual eu tinha trabalhado em dois livros (A Fonte Âmbar, último da trilogia, saiu depois de Anna e a Trilha Secreta) e cuja personalidade já conhecia. Orlando, ao contrário, tinha tido uma breve aparição em A Ilha dos Ossos, e além da grande força de vontade e ligações familiares eu não sabia nada sobre ele. 
     Assim, a bem dizer, o herói nasceu junto com o livro, e com ambos uma nova perspectiva do universo Athelgard. Talvez parecesse que não, mas ele ainda guardava algumas surpresas. Espero que os leitores se interessem por descobri-las.  


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