terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Navegando em Águas Sombrias


Recentemente falei sobre a origem de Athelgard e como esse mundo vem-se expandindo cada vez mais através de contos e novelas, tanto aqui no blog quanto em publicações virtuais. Agora, chegou o momento de apresentar uma história mais longa: o livro que dá sequência ao romance “O Castelo das Águias”.
Em 2005, quando comecei a escrever a primeira versão do “Castelo”, não fazia ideia de que estava iniciando uma série. Era mais uma das histórias que nasciam e se desenvolviam de forma independente, embora já estivesse ligada a outras, mais antigas, passadas no mesmo universo. No entanto, a história de Anna e Kieran cresceu tanto que acabou não cabendo num só livro. Ou melhor: não terminando num só livro. Porque o final de “O Castelo das Águias” é feliz, mas ao mesmo tempo deixa claro que eles estão apenas no começo.
A escolha de Kieran como narrador para o segundo livro também não foi planejada. No “Castelo”, Anna de Bryke está apaixonada pelo mago como só uma adolescente pode estar, mas mesmo ela percebe que existem aspectos mais sombrios na personalidade dele, além de histórias que ele não quer ou não pode lhe contar; e também percebe que há arestas a serem aparadas no relacionamento dos dois. Continuar com a Anna como narradora seria prolongar essa sensação, por isso optei por usar o ponto de vista do Kieran e deixar claro desde o início o que a Anna já suspeitava: sim, ele é justo e bem-intencionado e a ama de verdade, mas não, ele não é o que se pode chamar “uma boa pessoa”. Ou, pelo menos, não foi assim a vida toda. E, dentro das regras da Magia, está fazendo o que pode para compensar desequilíbrios do passado.
“A Ilha dos Ossos” começa justamente com um conflito entre Anna e Kieran, que já foi antecipado em “O Castelo das Águias” e em alguns contos. Uma das coisas que – espero – o leitor irá perceber é que Anna cresceu muito de um livro para o outro, ganhou confiança em si mesma e se opõe à tentativa de Kieran de controlar sua vida sob o pretexto de “protegê-la”. Isso sem gritar ou chutar baldes, muito menos canelas, pois esse nunca foi o estilo da nossa heroína; ela resolve tudo por meio da palavra. E é a palavra que a conduzirá a salvo ao longo de uma perigosa aventura, a qual, no entanto, só vamos conhecer na segunda metade do livro. Antes disso, o leitor acompanha a jornada de Kieran pelo Oeste de Athelgard, enfrentando todo tipo de obstáculo com a ajuda de suas armas fieis: o Metal e a Magia.
Assim, deixamos a segurança das Terras Férteis para cruzar pântanos sombrios, visitar castelos malditos e navegar em águas traiçoeiras. Não é uma escolha que o Kieran teria feito de boa vontade (nem a Anna, se ela soubesse), mas resultou numa história muito legal, e eu adorei escrevê-la.
Com vocês – “A Ilha dos Ossos”!

3 comentários:

  1. Já pedi o meu pacotão Athelgard e estou aqui babando para ler A Ilha dos Ossos! Parabéns, Ana!

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    1. Obrigada, espero que você goste - e assim que ficarem prontos te envio botton e marcador do livro, você merece! :)

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  2. Eu li ainda na fase de rascunho (quando o nome ainda era outro!) e realmente é uma ótima história. Como comentei com a Ana na época, gostei mais do segundo livro que de "O castelo das Águias"- não que não goste de "O Castelo..." mas o segundo livro da série tem mais ação e aventura, que é o meu foco em livros de fantasia. Em breve vou estar adquirindo minha cópia e vou reler com gosto! Já estou divulgando entre os amigos!
    Ana, desculpe o sumiço desse amigo tão relapso. Problemas por todos os lados... coisas da vida... enfim...
    Um grande beijo e parabéns por mais essa vitória!

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